quarta-feira, 4 de julho de 2012

Projeto Entrevista


UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA

CURSO FORMAÇÃO CONTINUADA

EM MÍDIAS NA EDUCAÇÃO - EAD

MÓDULO INTERMEDIÁRIO




Cursista: Maria Auxiliadora dos Santos



ATIVIDADE 3: Proposta de Intervenção Didática com Gêneros da Oralidade



Essa proposta de intervenção foi planejada conjuntamente com o Professor Durval Gama, colega de trabalho do Colégio Modelo Luis Eduardo Magalhães e cursista da turma do tutor Cláudio Rogério do Nascimento Pinto.



GENERO ORAL: Entrevista




1. Introdução



Desde a Revolução Industrial o mundo vem passando por grandes transformações tecnológicas, científicas e culturais. A cada dia surgem novas descobertas, novas invenções, inovações e o conhecimento vai se expandindo.  

Foi nesse processo de desenvolvimento tecnológico e científico que surgiu o rádio como um instrumento de transmissão de informações variadas que até hoje sobrevive, apesar das novas tecnologias que surgiram depois dele.

O rádio é usado no Brasil desde a década de 1920. Foi utilizado na Revolução de 1932, como meio de comunicação entre as tropas. E também como instrumento de divulgação do movimento entre a população, nas emissoras normais. Por isso, Getúlio Vargas procurou controlar essas transmissões, na época.

Nos dias modernos a rádio passa a ser cogitada a ser usada nas escolas como um poderoso instrumento pedagógico, onde os alunos e professores podem se apoderar para desempenhar atividades variadas, tanto lúdicas quanto na discussão de temas transversais como sexo, direitos e cidadania, violência, drogas, meio ambiente, cultura, artes entre outros.

Desta forma as rádios escolares se constituem em  ferramentas alternativas para trabalhar com os conteúdos escolares (conceituais, procedimentais e atitudinais) mapeados no projeto pedagógico da escola. Os programas gravados ou transmitidos ao vivo devem ser produzidos e veiculados em horários previamente acordados com a direção, professores e estudantes, dentro do espaço e tempo escolar em que ocorrem regularmente as atividades didático-pedagógicas. Muitos gêneros de textos do ambiente discursivo radiofônico podem ser produzidos e reinventados pelos estudantes.



2.Justificativa



As dificuldades no domínio da leitura e da escrita pelos alunos têm sido apontadas como a responsável pelo fracasso escolar, tanto no que se refere à dificuldade de propiciar aos alunos a apropriação do código escrito da língua portuguesa como pelo fato de não se conseguir levá-los ao uso apropriado dos padrões da linguagem escrita, condição primordial para ampliar a sua competência discursiva. Assim, para que se operem transformações significativas no ensino-aprendizagem, será necessário que se faça um redimensionamento na forma de se trabalhar com a língua materna. Então, devemos nos esforça na revisão das práticas de ensino da língua, na direção de orientá-las para o trabalho com textos reais, ao invés de textos especialmente construídos para o aprendizado da escrita, indicando os gêneros como objeto de ensino. Nesse sentido, torna-se necessário que, na escola, se estudem os gêneros escritos, mas também os orais, de forma a possibilitar a inserção dos alunos nas práticas orais de uso da linguagem, principalmente se considerarmos que a oralidade é a principal modalidade de comunicação utilizada por todos nós quando interagimos e, por isso, deve ter seu lugar assegurado em sala de aula, de forma a utilizar os conhecimentos anteriores do aluno como contribuição para o processo de aprendizagem.

As novas reformulações do ensino pelo MEC (Ministério da Educação e Cultura) nos apresentam alguns princípios e orientações para o trabalho didático com os conteúdos, e um deles é a utilização de textos orais na sala de aula. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, ensinar a língua oral na escola “não significa trabalhar a capacidade de falar em geral. Significa desenvolver o domínio dos gêneros que apóiam a aprendizagem escolar da Língua Portuguesa e de outras áreas (exposição, relatório de experiência, entrevista, debate, etc) e, também, os gêneros da vida pública no sentido mais amplo do termo ...” (PCN, 1998:67-68/L.Port

Segundo Marcuschi (2003:25) “A oralidade seria uma prática social interativa para fins comunicativos que se apresenta sob variadas formas ou gêneros textuais fundados na realidade sonora; ela vai desde uma realização mais informal à mais formal nos mais variados contextos de uso.”

Levando em consideração o conceito de Marcuschi e o que Possenti (1997:47) diz sobre o ensino de língua: “língua não se ensina, aprende-se”, podemos deduzir que as pessoas internalizam as regras da língua somente a partir do uso efetivo dela, devidamente contextualizada, por isso, a escola pode proporcionar seqüências didáticas para o ensino do oral em diversos gêneros a fim de que o aluno possa “treinar” seu desempenho oral e aperfeiçoá-lo, já que ele domina a fala em sua estrutura mais básica (a que permite a comunicação no meio familiar e social em que vive). Porém, só o uso de uma oralidade coloquial, em situações restritas, não é suficiente para o crescimento individual e nem para a inserção política efetiva do educando na sociedade. É necessário, portanto, que a escola se ocupe desse aperfeiçoamento da oralidade.

Neste sentido, buscou-se a participação dos professores de Língua Portuguesa no suporte à realização das entrevistas que serão realizadas buscando na Historia Oral resgatar a histórica local e valorizar a cultura guardada na memória daqueles que de certa forma ajudaram a construir o patrimônio cultural do  nosso  município.

A história oral é uma metodologia de pesquisa que consiste em realizar entrevistas gravadas com pessoas que podem testemunhar sobre acontecimentos, conjunturas, instituições, modos de vida ou outros aspectos da história contemporânea. Começou a ser utilizada nos anos 1950, após a invenção do gravador, nos Estados Unidos, na Europa e no México, e desde então se difundiu bastante.

Além do resgate histórico, a atividade com entrevista visa valorizar a interação dos jovens com os idosos resgatando e enriquecendo as trocas de experiências.



3. Objetivos

 
- Aprimorar a fala em situação de comunicação oral formal.

- Participar de uma situação de comunicação oral formal.

- Reconhecer algumas das características e funções de uma entrevista.

- Ampliar sua capacidade de ler entrevistas.

- Possibilitar a ampliação de domínio do gênero da oralidade;

- Exercitar o uso da tecnologia para a mediação de conflitos e promoção de valores      humanos e solidários na escola;



- Resgatar a história local e valorizar a cultura

- Preservar  memória e identidade cultural



4. Material Necessário

 
Computador com acesso à internet, gravador,cópias de  entrevistas em vídeo em áudio e em papel (para leitura), fichas para sistematização, material para pesquisa sobre a nossa cidade.



5. Desenvolvimento


1ª Intervenção

-Compartilhando os objetivos – 1 aula

Compartilhar os objetivo  da atividade (entrevista) com os alunos - PARA QUE e O QUE - se vai realizar a entrevista: obter mais informações da historia e da cultura da nossa cidade.



2ª Intervenção

-Definir o que se quer saber do entrevistado – 3 aulas

Uma vez definido os objetivos da entrevista, os estudantes devem ser orientados  para organizarem um levantamento dos conhecimentos prévios sobre a história e manifestações culturais de  Alagoinhas. Cada grupo deve registrar as informações em murais que devem ser expostos as sala de aula para socialização.

3ª Intervenção

 -Conhecer  os vários aspectos de uma entrevista– 3 aulas


Colocar o grupo em contato com textos que expliquem o gênero oral- entrevista  como também analisar vídeos,áudios e impressos que contenham entrevistas e técnicas da sua realização.Conhecer o papel do entrevistador.



Intervenção

-Elaborando um roteiro para a entrevista – 3 aulas

Este é o momento da elaboração das perguntas que serão realizadas aos entrevistados -“O que queremos saber”-. Deve-se eleger os blocos temáticos para cada grupo e só depois elaborar as questões. Durante esta atividade, precisa ser relembrado as características das boas entrevistas e os aspectos observados quando foi realizada a análise das entrevistas. Após, cada grupo deve apresentar a sua produção  para a classe para que todos possam fazer suas observações e dar suas sugestões. Construa o roteiro final coletivamente.



5ª Intervenção

- Marcando a entrevista e definindo os papéis de cada aluno na realização da entrevista – 1 aula

·         Elaborar roteiro

·         Agendar a entrevista

·         Definir o que precisará ocorrer na entrevista: fazer as perguntas, gravar, acompanhar e assinalar numa lista as perguntas já feitas.

·         Definir quantos entrevistadores (pode haver vários, desde que as perguntas sejam feitas de forma organizada e o ritmo da entrevista seja mantido) e deverá haver pelo menos: uma pessoa responsável por operar o gravador;

·         Eleger uma pessoa responsável por tomar notas sobre aspectos não perceptíveis na gravação, como uma expressão facial ou um gesto que complementa a fala, uma palavra não bem pronunciada; Uma pessoa que irá acompanhar a lista das perguntas a fim de verificar se alguma pergunta ficou esquecida ou se seria interessante incluir uma nova pergunta não prevista no roteiro.



6ª Intervenção

-Ensaio da entrevista – 2 aulas

Promover uma simulação: o professor será o entrevistado e os alunos, os entrevistadores. Nessa simulação, criar situações possíveis de serem vividas numa entrevista.Por fim deve-se ouvir  a gravação com os alunos e apontado os problemas.


7ª Intervenção

-  Realização da entrevista - 1 aula

No dia da realização da entrevista deverá ser verificado se cada grupo está com os instrumentos necessários para a realização da entrevista: gravador, maquina de fotografia, filmadora pilhas extra, lápis ou caneta e papel, prancheta ou caderno para anotar, roteiro da entrevista.

8ª Intervenção

- Avaliação da entrevista – 1 aula

Na primeira aula após a realização da entrevista será realizada uma apresentação em sala de aula para que todos possam manifestar suas impressões e falar sobre o que acharam da entrevista. Cabe aqui também levantar as falhas que possam ter ocorrido na realização da entrevista e relatar porque elas ocorreram. Aqui vale destacar que uma boa entrevista depende da capacidade de interação do entrevistador com o entrevistado e de seu conhecimento sobre o assunto.


9ª Intervenção

- Apresentação das entrevistas– 2 aulas

Os vídeos com as entrevistas deverão ser apresentados em horários previstos em telão, e na rádio da escola se esta já estiver montada por ocasião da conclusão dos trabalhos. Serão também transcritas para fazer parte do dossiê da atividade. As cópias das fitas gravadas e o dossiê farão parte do acervo da biblioteca da escola.



6.Referências



DOLZ, Joaquim e SCHNEUWLY, Bernard (orgs.). Gêneros orais e escritos na escola. Campinas. Mercado de Letras, 2004.



LOPES-ROSSI, Maria Aparecida Garcia (org.). Gêneros discursivos noensino de leitura e produção de textos. Taubaté-SP: Cabral Editora e Livraria Universitária, 2002.



MARCUSCHI, Luiz Antônio. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. São Paulo: Cortez, 2003.

MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros Textuais: configuração, dinamicidade e circulação. In: Gêneros Textuais: reflexões e ensino. Acei Mário Karwoski, Beatriz Gaydeczka, Karim Siebeneicher Brito (orgs.). 2.ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2006.



MEURER, José Luiz, Désirée Motta-Roth (orgs.). Gêneros textuais e práticas discursivas: subsídios para o ensino da linguagem. Bauru, São Paulo: EDUSC, 2002.



PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS: Língua Portuguesa – terceiro e quarto ciclos. Secretaria de Educação Fundamental, Brasília: MEC/SEF, 1998.


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